segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mudam se os tempos, mudam se as vontades- Figuras de Linguagem



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem – se algum houve -, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soia.

Na 3ª estrofe, para mostrar suas desilusões e seus conflitos diante do mundo, o eu- lírico estabelece uma comparação a ação do tempo sobre si próprio e sobre a natureza. Para estabelecer essas comparações, o eu- lírico faz o uso da antítese, uma figura de linguagem que consiste em aproximar idéias opostas. Os pares antitéticos são: 
neve fria X verde manto
doce canto X choro

Anáfora: “Mudam-se/Mudam-se/muda-se/muda-se”


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